sexta-feira, 18 de maio de 2012

Fernando Pessoa

Boa noite pessoal, esta noite trouxemos ao blog um documentário sobre Fernando Pessoa. Será muito interessante conhecermos novos aspectos da vida e obra deste grande autor sob uma nova perspectiva pelo meio audiovisual.

Fernando Pessoa - Documentário.

sábado, 5 de maio de 2012

Curiosidades sobre Fernando Pessoa


Olá leitores do blog Literatura com Fernando Pessoa, hoje trazemos a vocês  algumas curiosidades a respeito deste gênio da literatura. Já conhecemos um pouco a respeito de Pessoa e de seus três principais heterônimos vistos do aspecto literário, agora vamos conhecer um pouco a pessoa de Fernando Pessoa.

  • Em 1903, Pessoa candidatou-se à Universidade do Cabo da Boa Esperança. Na prova de exame para a admissão, não obteve uma boa classificação, mas tirou a melhor nota entre os 899 candidatos no ensaio de estilo inglês. Recebeu por isso o Queen Victoria Memorial Prize («Prémio Rainha Vitória»).


  • Fernando Pessoa possuía ligações com o ocultismo e o misticismo, salientando-se a Maçonaria e a Rosa-Cruz (embora não se conheça qualquer filiação concreta em Loja ou Fraternidade destas escolas de pensamento), havendo inclusive defendido publicamente as organizações iniciáticas, no Diário de Lisboa, de 4 de fevereiro de 1935, contra ataques por parte da ditadura do Estado Novo. O seu poema hermético mais conhecido e apreciado entre os estudantes de esoterismo intitula-se "No Túmulo de Christian Rosenkreutz". 


  • Tinha o hábito de fazer consultas astrológicas para si mesmo. Realizou mais de mil horóscopos (de acordo com a sua certidão de nascimento, nasceu às 15h20; tinha ascendente Escorpião e o Sol em Gémeos). 


  •  Entre pseudónimos, heterónimos e semi-heterónimos, contam-se 72 nomes.



  • Numa tarde em que José Régio tinha combinado encontrar-se com Pessoa, este apareceu, como de costume, com algumas horas de atraso, declarando ser Álvaro de Campos, pedindo perdão por Pessoa não ter podido aparecer ao encontro.


  • Ophélia Queiroz, sua namorada, criou um heterônimo para Fernando Pessoa: Ferdinand Personne. "Ferdinand" é o equivalente a "Fernando" em alguns idiomas e "Personne" significa "ninguém", sendo um trocadilho pelo fato de Fernando, por criar outras personalidades, não ter um eu definido.


  • Cecília Meireles foi a Portugal, para proferir conferências na Universidade de Coimbra e Universidade de Lisboa, em 1934. Um grande desejo seu era conhecer o poeta de quem se tinha tornado admiradora. Através de um dos escritórios para o qual trabalhava o poeta, conseguiu comunicar-se com ele e marcar um encontro. Esse encontro ficou fixado para o meio-dia, mas ela esperou inutilmente até as duas da tarde, sem que Fernando Pessoa desse o ar de sua presença. Cansada de esperar, Cecília voltou ao hotel e teve a surpresa de encontrar um exemplar do livro Mensagem e um recado do misterioso poeta, justificando que não comparecera porque consultara os astros e, segundo seu horóscopo, “os dois não eram para se encontrar”. Realmente, não se encontraram, nem houve mais muita oportunidade para isso, já que no ano seguinte Fernando Pessoa faleceu.


  • Fernando Pessoa é o primeiro português a figurar na Plêiade (Collection Bibliotèque de la Pléiade), prestigiada coleção francesa de grandes nomes da literatura.


  • Fernando Pessoa morreu no dia 30 de Novembro de 1935 de problemas hepáticos, aos 47 anos na mesma cidade onde nasceu. Nos últimos momentos da sua vida pediu os óculos e clamou pelos seus heterônimos. A sua última frase foi escrita no idioma no qual foi educado, o inglês: I know not what tomorrow will bring ("Eu não sei o que o amanhã trará").


sexta-feira, 27 de abril de 2012

Mais exercícios!!!

Então pessoal, como falamos ontem, aqui está o gabarito das questões, espero que tenham acertado:
1-a
2-b

E aqui vão mais duas questões, só pra continuarmos no ritmo de aprendizado.

Até a próxima postagem.

Bons estudos!!! 


Exercícios sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos:

1- “Olho o Tejo, e de tal arte Que me esquece olhar olhando, E súbito isto me bate De encontro ao devaneamento — Que é ser — rio, e correr? O que é está-lo eu a ver?”

As relações entre o homem e a natureza sempre estiveram presentes nas obras literárias. Nos versos acima, de Fernando Pessoa, ortônimo, a visão do rio Tejo produz, no eu-lírico do poema:

a) indiferença, porque não gera nenhuma reflexão.

b) oposição entre a sua alma e a do rio.
c) saudade, visto ter sido o Tejo a porta de saída dos portugueses para as grandes conquistas.
d) integração com a natureza que o leva a refletir sobre a existência e a contemplação do rio.
e) desilusão, porque o homem está matando o rio.

Resposta: D

2- I. “Ah, o mundo é quanto nós trazemos. Existe tudo porque existo”.
II. “Da minha pessoa de dentro não tenho noção de realidade. Sei que o mundo existe, mas não sei se existo”.

Lendo comparativamente os dois fragmentos, e considerando a proposta poética pessoana, pode-se afirmar que:
a) Tanto em Alberto Caeiro como em Fernando Pessoa “ele mesmo”, o eu é sempre uma identidade “fingida”.
b) Há uma espécie de neo-romantismo em Fernando Pessoa, devido ao centramento no eu.
c) Observa-se uma permanência do naturalismo do século XIX, devido ao naturismo de Caeiro.
d) Em ambos, observa-se uma mesma relação entre o eu e o mundo.

Resposta: A

quinta-feira, 26 de abril de 2012

EXERCÍCIOS


Hoje, para exercitamos um pouco do que estamos aprendendo sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos, vamos começar respondendo a essas duas questões, amanhã segue o gabarito.
Boa sorte!!

1) Assinale a alternativa correta a respeito das três afirmações abaixo.

I – Os heterônimos de Fernando Pessoa nascem de um múltiplo desdobramento de sua personalidade.
II – Alberto Caeiro é o poeta que se volta para o campo, procurando viver em simplicidade.
III – Ricardo Reis é um poeta moderno, que do desespero extrai a própria razão de ser.



a) Apenas a I e a II estão corretas.
b) Todas estão corretas.
c) Apenas a I e a III estão corretas.
d) Nenhuma está correta.
e) Apenas a II e a III estão corretas.

2) Os excertos a seguir são de autoria de dois dos muitos heterônimos de Fernando Pessoa:

“Em febre e olhando os motores como a uma Natureza tropical
- Grandes trópicos humanos de ferro e fogo e força -
Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro, ”.

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“Negue-me tudo a sorte, menos vê-la,
 Que eu, stóico sem dureza,
 Na sentença gravada do Destino
 Quero gozar as letras”.



Os heterônimos em questão são respectivamente:

a) Alberto Caeiro e Bernardo Soares
b) Ricardo Reis e Alberto Caeiro
c) Bernardo Soares e Antonio Mora
d) Álvaro de Campos e Ricardo Reis
e) Antônio Mora e Alvaro de Campos



REFERÊNCIAS:
http://simplesmenteportugues.blogspot.com.br/2009/04/literatura-3-serie-do-ensino-medio.html



quinta-feira, 19 de abril de 2012

Álvaro de Campos

Fernando Pessoa criou Álvaro de Campos que ficou conhecido como o maior heterónimo do poeta. Segundo Pessoa Álvaro nasceu em 1890, estudou engenharia mecânica, formou-se em engenharia naval e viveu na Escócia, morreu em 1935. 
Uma curiosidade sobre esse poeta, Álvaro foi o único entre as criações de Pessoa que apresentou três diferentes fases em sua obra, sendo assim passou pelo decadentismo, depois pelo Futurismo e, por último, pela chamada  Fase Abúlicólica .

Segundo o site Prof2000, segue a biografia completa desse poeta.



Álvaro de Campos surge quando Fernando Pessoa sente “um impulso para escrever”. O próprio Pessoa considera que Campos se encontra no extremo oposto, inteiramente oposto, a Ricardo Reis”, apesar de ser como este um discípulo de Caeiro.
Campos é o “filho indisciplinado da sensação e para ele a sensação é tudo. O sensacionismo faz da sensação a realidade da vida e a base da arte. O eu do poeta tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir.
Este heterónimo aprende de Caeiro a urgência de sentir, mas não lhe basta a sensação das coisas como são: procura a totalização das sensações e das percepções conforme as sente, ou como ele próprio afirma “sentir tudo de todas as maneiras”.
Engenheiro naval e viajante, Álvaro de Campos é configurado “biograficamente” por Pessoa como vanguardista e cosmopolita, espelhando-se este seu perfil particularmente nos poemas em que exalta, em tom futurista, a civilização moderna e os valores do progresso.
Cantor do mundo moderno, o poeta procura incessantemente “sentir tudo de todas as maneiras”, seja a força explosiva dos mecanismos, seja a velocidade, seja o próprio desejo de partir. “Poeta da modernidade”, Campos tanto celebra, em poemas de estilo torrencial, amplo, delirante e até violento, a civilização industrial e mecânica, como expressa o desencanto do quotidiano citadino, adoptando sempre o ponto de vista do homem da cidade.

TRAÇOS DA SUA POÉTICA
-   poeta modernista
-   poeta sensacionista (odes)
-   cantor das cidades e do cosmopolitanismo (“Ode Triunfal”)
-   cantor da vida marítima em todas as suas dimensões (“Ode Marítima”)
-   cultor das sensações sem limite
-   poeta do verso torrencial e livre
-   poeta em que o tema do cansaço se torna fulcral
-   poeta da condição humana partilhada entre o nada da realidade e o tudo dos sonhos (“Tabacaria”)
-   observador do quotidiano da cidade através do seu desencanto
-   poeta da angústia existencial e da auto-ironia

1ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS – DECADENTISMO (“Opiário”, somente)
- exprime o tédio, o enfado, o cansaço, a naúsea, o abatimento e a necessidade de novas sensações
- traduz a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia
- marcado pelo romantismo e simbolismo (rebuscamento, preciosismo, símbolos e imagens)
-   abulia, tédio de viver
-   procura de sensações novas
-   busca de evasão
“E afinal o que quero é fé, é calma/ E não ter estas sensações confusas.”
“E eu vou buscar o ópio que consola.”

2ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS
-FUTURISTA/SENSACIONISTA
Nesta fase, Álvaro de Campos celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna. Sente-se nos poemas uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A “Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna.
- celebra o triunfo da máquina, da energia mecânica e da civilização moderna
- apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina
- exalta o progresso técnico, a velocidade e a força
- procura da chave do ser e da inteligência do mundo torna-se desesperante
- canta a civilização industrial
- recusa as verdades definitivas
- estilisticamente: introduz na linguagem poética a terminologia do mundo mecânico citadino e cosmopolita
- intelectualização das sensações
- a sensação é tudo
- procura a totalização das sensações: sente a complexidade e a dinâmica da vida moderna e, por isso, procura sentir a violência e a força de todas as sensações – “sentir tudo de todas as maneiras”
- cativo dos sentidos, procura dar largas às possibilidades sensoriais ou tenta reprimir, por temor, a manifestação de um lado feminino
- tenta integrar e unificar tudo o que tem ou teve existência ou possibilidade de existir
- exprime a energia ou a força que se manifesta na vida
- versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da sensibilidade, dos impulsos, das emoções (através de frases exclamativas, de apóstrofes, onomatopeias e oxímoros)
·        Futurismo
-   elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”, Ode Triunfal)
-   ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional
-   atitude escandalosa: transgressão da moral estabelecida
·        Sensacionismo
-   vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro)
-   sadismo e masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente,/ tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões...”, Ode Triunfal)
-   cantor lúcido do mundo moderno

3ª FASE DE ÁLVARO DE CAMPOS – PESSIMISMO
Perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento, que provoca “Um supremíssimo cansaço, /íssimo, íssimo, íssimo, /Cansaço…”. Nesta fase, Campos sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado. (“Esta velha angústia”; “Apontamento”; “Lisbon revisited”).
O drama de Álvaro Campos concretiza-se num apelo dilacerante entre o amor do mundo e da humanidade; é uma espécie de frustração total feita de incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento, mundo exterior e mundo interior. Revela, como Pessoa, a mesma inadaptação à existência e a mesma demissão da personalidade íntegra., o cepticismo, a dor de pensar e a nostalgia da infância.
- caracterizada pelo sono, cansaço, desilusão, revolta, inadaptação, dispersão, angústia, desânimo e frustração
- face á incapacidade das realizações, sente-se abatido, vazio, um marginal, um incompreendido
- frustração total: incapacidade de unificar em si pensamento e sentimento; e mundo exterior e interior
-   dissolução do “eu”
-   a dor de pensar
-   conflito entre a realidade e o poeta
-   cansaço, tédio, abulia
-   angústia existencial
-   solidão
-   nostalgia da infância irremediavelmente perdida (“Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!”, Aniversário)

TRAÇOS ESTILÍSTICOS
-   verso livre, em geral, muito longo
-   assonâncias, onomatopeias (por vezes ousadas), aliterações (por vezes ousadas)
-   grafismos expressivos
-   mistura de níveis de língua
-   enumerações excessivas, exclamações, interjeições, pontuação emotiva
-   desvios sintácticos
-   estrangeirismos, neologismos
-   subordinação de fonemas
-   construções nominais, infinitivas e gerundivas
-   metáforas ousadas, oximoros, personificações, hipérboles
-   estética não aristotélica na fase futurista
-  
Linhas Temáticas
Expressividade da linguagem
"     O canto do Ópio;
"     O desejo dum Além;
"     O canto da civilização moderna;
"     O desejo de sentir em excesso;
"     A espiritualização da matéria e a materialização do espírito;
"     O delírio sensorial;
"     O sadomasoquismo;
"     O pessimismo;
"     A inadaptação à realidade;
A angústia, o tédio, o cansaço;
"     A nostalgia da infância;
"     A dor de pensar.
Nível fónico
a)        Poemas muito extensos e poemas curtos;
b)        Versos brancos e versos rimados;
c)         Assonâncias, onomatopeias exageradas, aliterações ousadas;
d)        Ritmo crescente/decrescente ou lento nos poemas pessimistas
Nível morfossintáctico
a)        Na fase futurista, excesso de expressão: enumerações exageradas, exclamações, interjeições variadas, versos formados apenas com verbos, mistura de níveis de língua, estrangeirismos, neologismos, desvios sintácticos;
b)        Na fase intimista, modera o nível de expressão, mas não abandona a tendência para o exagero.
Nível semântico
a)        apóstrofes, anáforas, personificações, hipérboles, oximoros, metáforas ousadas, polissíndetos.